Nivea Schunk 29/06/2010

Potencial gerador de biocombustíveis, o pinhão manso já demonstra aptidão para fornecer até 38% de óleo com alto teor de qualidade em diferentes condições climáticas. A produtividade observada nos experimentos atinge aproximadamente mil quilos do produto por hectare segundo Bruno Laviola, coordenador do Projeto de Desenvolvimento e Inovação em pinhão manso para produção de biodiesel da Embrapa Agroenergia. No entanto, somente os resultados finais das avaliações podem assegurar a viabilidade econômica e comercial da oleaginosa.

— Pra se ter uma ideia comparativa, a soja, que hoje representa 80% da matéria-prima para produção de biodiesel, tem um rendimento de 500 quilos de óleo por hectare. A espécie vem sendo observada no Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e até mesmo em locais mais quentes do Sul do País. Mas ainda não existem sistemas de produção que suportem o cultivo em larga escala — analisa.

De acordo com ele, o cronograma de desenvolvimento de variedades está entre cinco e sete anos. Atualmente em fase de construção do banco de germoplasma, a equipe de pesquisas está caracterizando e selecionando os materiais promissores, a partir dos quais serão desenvolvidas cultivares com as características específicas para cada região determinada.

— A exemplo de qualquer outra cultura com fins comerciais, existem pragas a serem controladas. Temos identificado a ação do ácaro branco e percevejo verde, além de algumas doenças como oídio, que atacam as plantas com bastante força, principalmente na porção Centro-Oeste do Brasil onde temos baixa umidade relativa do ar — explica.